COLUNA DO TIMM
EDITORIAL - FM Torres – OPINIÕES = www.culturalfm.com
Indagado se irá negar vistos à delegação brasileira à Assembleia da ONU, TRUMP disse estar chateado com o Brasil porque nosso Governo passou para a esquerda. Boa oportunidade para se esclarecer uma questão crucial sobre ideologia política. Esquerda e Direita são – ou eram - expressões "normais" nas Democracias Ocidentais. O que é ANORMAL, na última década, é a emergência de uma extrema direita, que é até proibida em alguns desses países. Chegam ao poder e estigmatizam a esquerda, classificando=a como EXTREMISTA e INIMIGA, tal como está acontecendo nos EUA neste segundo mandatoi de Trump. Lamentável. Isso já havia acontecido, no início do século XX na Itália, Japão e Alemanha, levando-os à deflagração da II Guerra. Naquele tempo ainda tivemos a sorte de contar no bloco ocidental, contra eles, vários países, principalmente Inglaterra, França e Estados Unidos. Eram os ALIADOS. Venceram a guerra e abriram o mundo ocidental para uma Era de Bem Estar geral e desenvolvimento. Até agora, porém, neste novo surto neo fascista no mundo, só o BRASIL, no mundo ocidental está resistindo à ANORMALIDADE, aliás, timidamente, evitando confrontos. Ainda não se sabe até que ponto poderemos ser realmente APOIADOS pelo BRICS, grupo geoeconômico ao qual pertencemos. Em represália, já fomos sancionados com o tarifaço, exigências absurdos de intervenção na política interna do país e aplicação da Lei Magnifsky contra um membro da Suprema Corta. Com isso, passamos a viver momentos de grande tensão e expectativa em nossas relações com EUA. Sempre bom lembrar que uma das características da EXTREMA DIREITA aninhada na CASA BRANCA é a INTOLERÂNCIA. Assim foi, outrora, com o fascismo, ora reavivado. Trata-se de uma ideologia que condena todos os que não se sujeitam à sua visão como INIMIGOS. Não é, aliás, rigorosamente, uma doutrina política, é uma seita: OU CRÊ OU MORRE! Tudo muito lamentável. É a democracia liberal, enfim, sucumbindo, mais uma vez ao fanatismo. Ou as INSTITUIÇÕES AMERICANAS, apoiadas pela OPINIÃO PÚBLICA param o tirano ou vamos conhecer, no mundo inteiro, dias cada vez mais tumultuados. PARA MUITOS ISSO JÁ APONTA PARA A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL, com orçamentos militares cada vez mais elevados nos países centrais!
Anexo – Um depoimento sincero de uma pessoa verdadeiramente liberal, que não se confunde com extrema direita
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Se toda essa gente perigosa, golpista, de extrema-direita for, afinal, condenada e receber suas penas como merece, ainda que o Brasil tenha muitos problemas com seus políticos as discussões poderão ser bem mais "normais".
Quando o Lula foi condenado e quando passou um LONGO TEMPO na cadeia, nenhum lulista estava arregimentando a sociedade ou países estrangeiros para que ele fosse solto. E nunca vi a esquerda brasileira, a centro-esquerda, a social-democracia e mesmo a direita equilibrada ser contra a Ciência, como ocorreu no governo do Perverso e seus seguidores.
O que está acontecendo com os bolsonaristas é algo surreal. São tão incrivelmente alucinados que nos fazem passar uma extrema vergonha com seus festejos absolutamente toscos do 7 de setembro. Uma amiga que mora na Europa me disse que ao ver as imagens da bandeira dos EUA cobrindo as cabeças de uma grande "manada" de bolsonaristas (a expressão foi dela, mas concordo) não saberia explicar o ocorrido para seus amigos europeus... Realmente vergonhoso!
Espero um julgamento justo, que é o que teremos. E, sendo justo, que as penas os os levem para a cadeia e mantenham totalmente fora da vida política, pois uma vez golpista, sempre golpistas. Se recebessem anistia, tentariam novos golpes, é mais do que óbvio. Como pessoas que eu tinha como equilibradas não conseguem entender isso?
Em 2026 votarei em qualquer candidato que não seja bolsonarista, mesmo que não seja muito do meu agrado. E votarei no Lula, se necessário for, pois ABSTENÇÃO é colaborar com a vitória de seres abjetos, entre eles o Tarcísio. E isso meus valores, meu senso de ética, minha dignidade não o permitem. Europeus que foram anti-fascistas tiveram que ENGOLIR ALIADOS BEM DISCUTÍVEIS. Então não serei eu a ficar no "nem, nem" e deixar que a corja volte, em roupagens que se pretendem mais civilizadas, mas com o mesmo risco da absoluta ignomínia que foi todo o governo do Bolsonaro.
Durmo com a consciência tranquila de que estou fazendo minha parte. e torço para que muitos também pensem bem se vale a pena ser "isento" ou afirmar como iguais grupos que não são semelhantes, nem de longe, em vez de alijar de uma vez por toda da possibilidade de vitória no caso de quem está apoiando o que de mais abjeto o Brasil já teve.
Dos nomes atuais que estão como abutres disputando os restos do bolsonarismo, todos são perigosos. Todos e todas, aqui é o caso de ressaltar, pois a Michelle tentou se promover na manifestação do 7 de setembro, ainda que de forma patética, ignorante, mas ainda assim conseguindo alguns aplausos. Essa gente TODA é PERIG0SA! Não se iludam. E ninguém deles vale o que come, sejamos francos. Não se trata de posicionamento político diferente do meu, não se trata do populismo simplório que tanto nos assola, não mesmo, é algo muito pior e mais grave. E a festa fascista que promoveram nos prova isso.
ENTENDAM e pensem muito antes da eleição. Não permitam que nenhum deles se eleja, mesmo os que tentam enganar com algum ar de pseudo-modernidade. São todos eles obscurantistas e perversos e isso é o mais grave de tudo!
EDITORIAL - FM Torres – OPINIÕES = www.culturalfm.com 8/IX
Recomendo a leitura do artigo de Dom Itacir sobre a Semana da Pátria!
Independência e Soberania
Estamos na semana da pátria e num tempo em que o patriotismo tem se tornado um conceito equívoco e disputado. Há tempos, a comemoração da data da independência política se tornou passarela para discursos e convocações desencontradas. Há décadas, as manifestações têm sido pouco populares e muito militares, como se o modelo de amor à pátria nos viesse das casernas. Além disso, a fé cristã rima mais com paz que com desfiles que ostentam armas e glorificam as guerras.
Lembro sem saudades, e com um certo constrangimento, das celebrações eufóricas que marcaram os 150 anos da proclamação da independência, em 1972. Ainda adolescente, sem nenhuma consciência de que a “pátria mãe gentil” era governada pelo medo e muitos patriotas verdadeiros haviam sido mortos ou expulsos, eu cantava “potência de amor e paz, esse Brasil faz coisas que ninguém imagina que faz...” Eram os tempos da ordem de amar o Brasil ou deixá-lo. Como se os exilados deixaram o Brasil por não amá-lo...
Posteriormente, com um pouco mais de consciência, eu ficava incomodado ao constatar que as escolas não sabiam celebrar essa data senão com desfiles que imitavam os desfiles militares. Manifestações de defesa da soberania diante dos novos colonizadores e de crítica aos “podres poderes” de plantão, reivindicações de igualdade e justiça, expressão dos sonhos e utopias populares eram mal vistas e, não poucas vezes, proibidas.
Hoje, em meio às tentativas de apropriação ideológica das cores e dos símbolos nacionais, precisamos libertá-los do sequestro que estão sofrendo. Se conseguimos o penhor da igualdade entre as nações soberanas com braço forte, não é somente no seio da liberdade que precisamos estar prontos a desafiar a morte. No seio e no sonho da igualdade e da justiça, precisamos desafiar e desmascarar aqueles que impõem a morte perpetuando a desigualdade e promovendo o entreguismo.
Qual é o sonho intenso e o raio vívido de amor e de esperança que desce à terra? Não vejo outro senão aquele expresso no artigo 3º da Constituição de 1988: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.
E os nossos bosques e florestas, cobiçados mais que nunca, clamam por vida. Nossos campos já não têm tantas flores, muita cana, soja, café, gado, e cercas que cercam e limitam nossa vontade de viver e de amar. Por isso, no seio dessa terra, nossa vida, a vida do nosso povo, tem mais dores que amores. Não é verdade que nosso passado é apenas de glórias, e, para que haja paz no futuro, é preciso fazer as contas com ele.
A semana da pátria é tempo apropriado também para levantar a clava forte da fome de justiça e de igualdade, da defesa da democracia e da soberania. É dessa luta que não podemos fugir. Não é filho nem ama a “pátria, mãe gentil” quem se cala por medo ou fala por ambição e por ódio, temendo desagradar senhores e perder a comodidade ou a vida.
Dom Itacir Brassiani msf
Bispo Diocesano de Santa Cruz do Sul
Anexos
BRASIL II CENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA
A Independência Como Processo - De PAULO TIMM -18/09/2023
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https://red.org.br/noticia/a-independencia-como-processo/
H.Starling. Tiradentes - CANAL LIVRE TV BAND - https://www.youtube.com/watch?v=wouQHxd7QNk
Lilian Schwarcz – Canal Livre - https://videos.bol.uol.com.br/video/lilia-schwarcz-e-a-convidada-do-canal-livre-04020E1B3062E0817326
José Murillo de Carvalho – Canal Livre - Um dos mais importantes estudiosos da história do Brasil e integrante da Academia Brasileira de Letras, o historiador José Murilo de Carvalho é o convidado do Canal Livre do próximo domingo. O programa faz parte do projeto "Band nos 200 anos da independência''. Autor de verdadeiros - https://www.youtube.com/watch?v=7gZT41HB4Ck
O Assunto g1 dia 6 de setembro 2022 - A Independência para além da Corte
'Até os anos 50, a história da Independência foi contada do ponto vista do Rio de Janeiro', afirma o historiador Evaldo Cabral de Mello, autor do livro A Outra Independência. Neste episódio, ele detalha os processos históricos que levaram à emancipação do país e explica por que ela se deu a partir 'dois golpes de Estado' liderados por D. Pedro I.
https://g1.globo.com/podcast/o-assunto/noticia/2022/09/06/o-assunto-788-a-independencia-para-alem-da-corte.ghtml
Debate Plural – II Centenário da Independência : https://www.youtube.com/watch?v=Xhz72YJj2p4 – Dia 1º/ 09/22 - No terceiro episódio da série sobre o Bicentenário da Independência vamos abordar a formação da identidade do Brasil. Receberemos o Doutor em Filosofia pela Universidade Paris, Agemir Bavaresco; o formado filosofia e economia com mestrado em filosofia, Fabian Scholze Domingues; e o formado em história e é doutorando em História na UFRGS, Erick Kayser
EDITORIAL - FM Torres – OPINIÕES = www.culturalfm.com 5/SET
Os 400 anos da criação da primeira redução indígena no RS
Não existe unanimidade entre os historiadores sobre o processo de ocupação do território do Rio Grande do Sul no período colonial. Duas correntes principais se disputam: platinistas e luzitanistas.
Os platinistas, mais antigos, situam o Rio Grande do Sul no Grande Pampa, do qual absorveu não só a geografia física deste bioma, tão propenso à pecuária, mas também os povos primitivos e a densa história dos países vizinhos na construção de suas Repúblicas, uma delas, Uruguai, antiga Província Cisplatina ligada ao Brasil.
Os luzitanistas emergem em meados do século passado e tratam a formação da sociedade riograndense a partir da fundação do Presídio do Rio Grande, em 1737. Consideram o episódio das Missões, aberto pela criação da Colônia de São Nicolau, em 3 de maio de 1626, pelo Padre Roque Gonzalez, como parte da História da Colonização Espanhola. Registre-se que entre 1580 e 1640 Portugal e Espanha estavam unidos sob uma mesma Coroa.
Apesar da divergência, o Governo do Estado resolveu assumir o ano de 2026, relativo à fundação de São Nicolau, como o ANO DO QUARTO CENTENÁRIO DAS MISSÕES.
Elogiável a iniciativa do Governador Leite, embora tudo indique que ele desconhece com maior profundidade não só as controvérsias sobre a História do RS, como suas consequências.
Primeiro, ao não propor, nesta ocasião, um amplo debate sobre a matéria, circunscrita que ficou em eventos festivos. Segundo, ao não incorporar na organização destes eventos maior representação dos povos originários, objeto da celebração. A jornalista Valentina Bressan, recolhendo protestos destes, elaborou importante matéria no JORNAL MATINAL, denunciando a grave falha.
“O governo Leite decidiu celebrar os 400 anos das Missões Jesuíticas Guaranis, mas deixou de fora justamente os indígenas, excluídos da organização do evento e também da destinação vultosa de recursos.”
O terceiro e maior erro do Governo do Estado, porém, é o circunscrever as festividades dos 400 anos das Missões à Região dita Missioneira do Estado, sobre a qual foi fundada a primeira onda de reduções jesuíticas. Esta primeira fase, aliás, foi arrasada, logo após, pela ação de bandeirantes paulistas, numa fase em que a ocupação holandesa no Nordeste dificultava a oferta de escravos negros para a nascente São Vicente (SP). Mas os jesuítas insistiriam e voltaram no final do século XVII, dando origem à etapa propriamente “missioneira” deste processo. Daí as ditas reduções se disseminaram por todo o território riograndense, chegando até o Uruguai. A celebração, portanto, dos 400 anos da ocupação missioneira, jamais deveria se limitar à Região das Missões, mas se distribuir sobre todos os municípios onde ela se deu até sua liquidação nas Guerras Guaraníticas de 1756/7. Sepé Tiaraju, aliás, líder da resistência indígena, que consagrou a consigna “ESTA TERRA TEM DONO”, ainda presente no MST, morreu em São Gabriel, não na dita Região Missioneira.
Isso posto, fica a sugestão ao Governo do ESTADo: organizar uma Comissão para a redefinição destas festividades, à qual deverão estar presentes, preponderantemente, organizações representativas dos guaranis, além, naturalmente de membros do Instituto Histórico e Geográfico do RS e historiadores reconhecidos e capazes de melhor calibrar todo este processo.
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TOLSTOI VIA Venceslau Fátima · · fb
Já idoso, o famoso autor de Guerra e Paz viajava de trem pela Rússia quando testemunhou uma cena curiosa.
Na plataforma, uma mulher procurava com urgência pelo marido, que tinha ido ao bar da estação. O comboio estava prestes a partir.
Sem reconhecer, a mulher dirigiu-se para Tolstói, acreditando que era um simples vagabundo:
—"Velho, poderia ter a gentileza de procurar meu marido? Dou-lhe uma moeda pelo incómodo. "
Tolstói, encantado, aceitou a tarefa. Ele andou sem pressa, encontrou o homem, trouxe-o de volta... e ao fazê-lo, alguns reconheceram-no.
A mulher, envergonhada ao perceber quem era, implorou-lhe que lhe devolvesse a moeda:
—"Não posso permitir que você, o grande conde Tolstói, aceite isto. "
Ele sorriu, simplesmente:
—"Não, eu fico com ela... é o único dinheiro que ganhei trabalhando honestamente. "
Para Tolstói, esses breves minutos foram um presente.
Cinco minutos de anonimato.
Cinco minutos de liberdade.
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CHINA 1945-2025 – O lado de lá...
Mao Tse Tung, o fundador da República Popular da China, em 1949, costumava dizer que o Poder repousa sobre a ponta de um fuzil. Foi seu método de fazer Política, num país arrasado pelo colonialismo inglês e brutalmente ocupado pelo belicoso Japão em 1937. Junto com o general Chiang Kai Chek, Mao empreende com seu exército popular, constituído por camponeses, a Grande Marcha, expulsa os japoneses em 1945 e se volta, então, contra seu aliado conservador até a vitória da Revolução em 1949. É bom lembrar sempre que Política é uma expressão que deriva de grego Polis, e que corresponde a origem da atividade de homens livres na articulação do seu destino. Uma criação, portanto, ocidental e que depois do apogeu e queda do Império Romano, renasce na Itália do século XV para desabrochar com o Iluminismo na Revolução Francesa. A Política, oriunda de Polis, cidade, é portanto, uma atividade humana que correspondeu à vida propriamente urbana. Não por acaso, Paris é a primeira cidade a chegar ao milhão de habitantes no século XVIII, mesmo tamanho a que chegara Roma antes de sua queda no século V. Não por acaso, dela emanaram as aspirações libertárias de Liberdade, Igualdade e Fraternidade que moldariam o mundo contemporâneo, fertilizando as mentes revolucionárias ao Leste. As Revoluções Russa, de 1917 e a Revolução Chinesa, de 1949, são suas diletas filhas, levando a práxis da Política aos confins do mundo, onde as Repúblicas constitucionais recém se constituíam.
Hoje, primeiras horas da manhã, Pequim assistiu, sob os olhares de seus dirigentes e vários líderes mundiais, um dos mais espetaculares desfiles militares que se tem notícia. A China não só diz a que veio economicamente, mas demonstra, através de sua força militar, a disposição de mudar a geopolítica mundial. Propõe um novo modelo de cooperação internacional com vistas â montagem de um mundo multipolarizado. Diferentemente da antiga URSS, não faz provocações bélicas ao Ocidente. Rejeita o retorno da Guerra Fria. O Presidente Xi Jin Ping, aliás, lembrou: “O mundo pode escolher entre a paz e a guerra”. Ele propõe a paz. A cena final do desfile foi a soltura de 80mil pombas brancas em sinal desta paz. Mas herda de Mao Tse Tung, cujo imenso retrato se via atrás da Praça da Paz Celestial, onde se celebrou o desfile, o entendimento da Política como Poder: repousando na ponta de um fuzil.
O Brasil esteve presente ao encontro através do representante de Lula ao evento, Emb. Celso Amorim e da Presidente do Banco Brics, Ex Presidenta Dilma Roussef, ambos no pavilhão de honra das autoridades.
O espetáculo chinês procurou também, corrigir a versão ocidental da vitória sobre o nazifascismo no século XX, que atribui todas as glórias do feito aos americanos, como feito “ocidental”. Ora, o nazi-fascismo também é eminentemente “ocidental”, encerrando-se, aliás, nos últimos tempos em países do Ocidente. Ficamos fartos de tanto ver distorções sobre a II Guerra Mundial nos filmes de Holywood como uma vitória “americana”. Os russos, há pouco, celebraram a mesma vitória, naquilo que chamam a GRANDE GUERRA PATRIÓTICA, destacando seu papel na frente oriental européia. Foram os primeiros a chegar em Berlim, decisivos na vitória contra Hitler. Agora, os chineses trazem à tona seu papel contra o Japão, cuja rendição se faria em agosto de 1945, perante os americanos , mas com a presença de um representante chinês. Sempre bom lembrar que o “Eixo” nazifascista era constituído, precisamente, por Itália, França e Japão e sua liquidação um esforço conjunto de vários países, inclusive URSS, China, até o Brasil.
Lentamente, enfim, a história vai se revelando, não com narrativas parciais, mas como verdade.
EDITORIAL - FM Torres –
OPINIÕES = www.culturalfm.com 01/set
Luiz Fernando, o cronista da terceira pessoa
Luiz Fernando Veríssimo deixou-nos, sábado passado, aos 88 anos,
consagrado como um renovador da crônica literária, a qual deu fôros
de conto. De sua lavra ficam 80 títulos e 5 milhões de livros vendidos
ao largo de todo o território nacional. Luiz Fernando teve o mérito de
desidentificar o gaúcho, dissolvendo-o no caldeirão antropofágico do
Brasil. Reservado, a ponto de ser chamado “mudinho”, quando
criança, pelo pai, Érico, eminentemente urbano, pouco afeito aos
superlativos cavalares do tradicionalismo riograndense – “Eu sou
maior que a história grega; eu sou gaúcho e me chega !” – , Luiz
Fernando abriu mão até mesmo da primeira pessoa nas suas crônicas.
Preferiu entregá-la aos seus inesquecíveis personagens. Personagens
cotidianos, como lembra Ruy Castro em sua crônica de ontem, muito
parecidos com os Woody Allen, nascidos “não um para o outro, mas
um contra o outro”.
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“Luis Fernando Verissimo falava muito pouco, mas fazia o Brasil
inteiro rir, por Ruy Castro - Folha de S. Paulo -Cronista criou estilo único
inspirado nos mestres americanos e conquistou com a sua observação elegante do absurdo
cotidiano”
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Ainda assim, sempre foi um homem cordial com todos os que o
procuravam e fez da CASA VERÍSSIMO uma referência cultural em
Porto Alegre, aberta a visitantes. Mais, entretanto, do que sua vasta
obra, Luiz Fernando, pela sua simplicidade e simpatia, deixa
saudades.
RIO GRANDE DO SUL – POA
Deu na Folha de São Paulo : FOLHA / Saga dos Verissimos une Erico e Luis
Fernando na casa histórica da família, em Porto Alegre-
FOLHA - 17ago25
Saga dos Verissimos une Erico e Luis Fernando na casa histórica da família, em
Porto Alegre
Nos 50 anos da morte de autor de 'O Tempo e o Vento', Folha reconstitui
trajetórias e vai ao local que se tornou ponto de visitação e troca intelectual
Foto -Erico Verissimo, com o filho Luis Fernando atrás de si, com o manuscrito de "O
Continente", primeira parte da trilogia "O Tempo e O Vento", em 1949, quando o título
ainda não havia sido invertido - Acervo Literário Erico Verissimo
=Fabio Victor - Repórter especial da Folha, é autor do livro 'Poder Camuflado'
(Companhia das Letras), ganhador do Prêmio Jabuti
[RESUMO] Em meio às homenagens aos 120 anos de nascimento e 50 de morte de
Erico Verissimo, e às vésperas dos 90 anos de Luis Fernando, reportagem conta a
história e as conexões de pai e filho, dois dos mais importantes e populares escritores
brasileiros, e relata como a casa da família em Porto Alegre tornou-se um ponto
turístico de formação e troca intelectual, mais um elemento da obra artística de ambos
que os herdeiros buscam preservar.
Mal havia começado a entrevista com os filhos de Luis Fernando Verissimo, na casa
da família em Porto Alegre, quando o caçula do escritor, Pedro, pediu licença para
interromper a conversa. Trazia um casal que tocou a campainha querendo conhecer o
lugar onde viveu e trabalhou Erico Verissimo.
Moradores de Curitiba, Ismaile Barragan e Vivian Lie estavam de passagem pela
capital gaúcha e não queriam perder a chance. Grávida de uma menina, ela e o
marido contaram que, se fosse menino, chamaria-se Erico, uma homenagem ao autor
de "O Tempo e O Vento", de quem são leitores e admiradores.
Ele parecia eufórico ao entrar no escritório em que Erico revisava os originais dos seus
livros —escrevia-os em outro, a chamada "toca", no subsolo da casa— e onde
permanecem objetos do seu acervo pessoal, como uma poltrona vermelha, uma tábua
pintada por ele que servia de apoio para as revisões e uma pintura a óleo retratando
Clarissa, a filha mais velha do escritor e única irmã de Luis Fernando
-===================================================“Há 15 dias, assisti no
É A PRIMEIRA VEZ QUE VERISSIMO NOS FEZ CHORAR
Fabrício Carpinejar
Antes de Luis Fernando Verissimo, a crônica se centrava na primeira
pessoa, no tom confessional, nas nuances biográficas, no plano
interior.
Depois dele, nada mais foi igual. Surgiram os tipos universais: o
amigo, a vizinha, o professor, o policial, o viajante.
Ao não falar de si, um tímido nos revelou por completo. Colocou o
mundo no papel. Subverteu o modelo intimista pela narração, pelos
diálogos, a partir da criação de personagens.
A crônica casou com o conto — e viveram em litígio para sempre.
Virou o território ficcional da terceira pessoa, capaz de retratar
qualquer um, inclusive secretamente o próprio Verissimo.
Gigolô das palavras, como jocosamente se caracterizava, ou
saxofonista dos pensamentos, o escritor favoreceu a plasticidade das
ações, não mais se limitando à norma culta, capturando o coloquial
das ruas.
Ele pregava: “A gramática precisa apanhar todos os dias para saber
quem é que manda”.
Verissimo é inimitável, o mais cinematográfico de nossos tradutores,
o mais teatral de nossos bardos, o maior cronista brasileiro pós-
Rubem Braga, com cerca de cerca de 80 obras e mais de 5 milhões de
exemplares vendidos.
Começou com o horóscopo e o copidesque no jornal Zero Hora, em
1966, e arrebatou colunas nas principais publicações do país, como
Veja, O Estado de S.Paulo e O Globo. Manteve a sua atividade literária
até janeiro de 2021, quando sofreu um acidente vascular cerebral
(AVC).
Com sua fama estrondosa, o mítico Erico Verissimo, do monumento O
Tempo e o Vento, passou a ser lembrado por ter sido o pai de Luis
Fernando.
Em poucas linhas, ele desvendava dilemas comportamentais.
Escrevia como quem desenhava: rápido, certeiro, irônico. O poder de
síntese se aproximava de uma epifania.
Quem nunca se sentiu parte da Família Brasil, seus esquetes
humorísticos satirizando a classe média nos anos 70 e 80? O lar se
abastecia de conflitos geracionais entre a figura paterna
conservadora e machista, a dona de casa lúcida e de paciência
esgotada, e os filhos adolescentes, desafiando valores antiquados.
Quem não se politizou com as tirinhas das Cobras, protagonizadas por
animais rastejantes antropomorfizados que conversavam entre si
sobre os destinos do país?
Quem não se compadeceu da Velhinha de Taubaté, que foi concebida
durante a ditadura militar e ficou famosa por ser “a última no Brasil
que ainda acreditava no governo”?
Quem não riu com o Analista de Bagé, mais ortodoxo do que pomada
Minancora, um psicanalista freudiano que resolvia mimimi com o
joelhaço? Submetia o paciente a um golpe amnésico, provocando uma
dor tão intensa que ele logo se abstraía dos aborrecimentos.
Quem não viu alguma tia representada na Dorinha e seu cortejo de
socialites, buscando a eterna juventude por sucessivas e incansáveis
intervenções estéticas?
Quem não desistiu de recorrer à espionagem acompanhando as
peripécias de Ed Mort, um detetive particular pobre e trapalhão, um
ímã de encrencas e de causas perdidas?
Quem não se valeu dos exemplos das Comédias da Vida Privada para
não levar a sério os desentendimentos de casal? Era um jantar que
dava errado, uma visita inesperada, um segredo mal guardado, um
flerte perigoso.
O mestre gaúcho elaborou uma vivissecção do amor com seus blefes
e chantagens, mostrando o drama do quase divórcio, da quase
infidelidade.
Ele exorcizava o nosso desencanto com a evolução dos costumes, a
recessão e a violência: “Não sei para onde caminha a Humanidade,
mas, quando souber, vou para o outro lado”.
Mudava os estereótipos de lugar, produzindo reflexivo estranhamento.
Assim como o divã do Analista de Bagé fora desconstruído para o
atendimento num pelego, com tapete de pele de carneiro, o charme
dos romances policiais se converteu no escritório de pulgas e traças
de Ed Mort em Copacabana, com 117 baratas e um rato albino
chamado Voltaire.
Os dados oficiais professam que Verissimo faleceu aos 88 anos, neste
sábado (30), no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Mas ele
não morreu. É impossível que morra.
Ele sempre nos fez rir, é a primeira vez que nos faz chorar.
Zero Hora, GZH, última página, Porto Alegre (RS), 30/8/2025:- https://gauchazh.clicrbs.com.br/.../o-
mestre-timido-de...
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EDITORIAL - CULTURAL FM Torres –
OPINIÕES = www.culturalfm.com
Um estranho país chamado Brasil
Para os “conquistadores” lusitanos do século XVI o Brasil se afigurou como uma terra prodigiosa em vastidão e riquezas, mas estranha aos hábitos ibéricos. Com o passar dos anos, até séculos, não tem sido diferente. O Brasil é uma incógnita, mesmo para seus melhores intérpretes. Carlos Drummond de Andrade, Poeta Maior, tem um poema chamado Hino Nacional, no qual conclui que o Brasil não existe. Cazuza se perguntava: “Que país é este?” Entre os analistas, todos concordam que a tarefa de entender o Brasil é para “profissionais”. O Brasil desafia e indaga, mais do que responde.
Nos tempos recentes, depois do fim do século XX, lá por 1980, quando o ocidente desdenhou do Projeto de construir uma Sociedade do Bem Estar, enveredando para o neoliberalismo desenfreado, a seguir acompanhado pelo esfacelamento da União Soviética, também jogada nos braços de liberalismo descontrolado sob a batuta de Yeltsin, os ideais de fraternidade e igualdade, herdados da Revolução Francesa, entraram em colapso. Até os Partidos Comunistas fortes, como o da França, Itália e Espanha, dissolveram-se, para não falar do velho ‘Partidão’ no Brasil. E os Partidos de inspiração social-democrata aderiram ao novo credo “libertário”. O Brasil, entretanto, foi uma exceção. No bojo da luta contra a ditadura, fortemente excludente e concentradora de renda, continuava havendo junto as massas um anseio de mudança que iria alimentar o projeto de Brizola, com o PDT e Lula, com o PT. Este levou a melhor e confirmou, no Governo, de 2003 a 2010, as expectativas de, senão mudança radical, alívio aos sofrimentos populares com o BOLSA FAMÍLIA e melhora no salário mínimo. Com isso o BRASIL contrariava a corrente dominante no Ocidente, mais inclinada à direita, embora ainda não fascista.
Agora, mais uma vez, o Brasil, de novo com Lula, enfrente a corrente global, pelo menos no Ocidente, cujo maior marco é a presença de Trump na Casa Branca. Quando toda a Europa se curva a Trump, e uma boa margem da opinião pública na América Latina se inclina á direita – vide Argentina e , agora, Bolivia, o Brasil insiste no esforço de manter o ritmo de políticas públicas, inspiradas na Constituição de 88, de fortalecimento do Estado de Bem Estar. Vinha sendo acossado, é verdade, pelo bolsonarismo, tendo-lhe vencido em 22 por pouco mais de 1 milhão de votos. O balanço, entretanto, das últimas semanas, confirmado pelas PESQUISAS QUAEST evidencia que a esquerda, se assim se pode chamar o governo Lula, está vencendo e se credenciando para uma nova vitória ano que vem. Ainda nada definitivo. O confronto com Trump ainda exige cuidados. Mas o país está levando a melhor, unindo-se crescentemente em torno do princípio da soberania com vistas a um Estado de Bem Estar . O bolsonarismo, mercê de seu aberto servilismo ao estrangeiro, ontem reverberado pelo Presidente do PL – “Agora só Trump pode nos salvar”, vai se desmascarando, em evidente capitulacionaismo, e a direita, se dividindo, em busca, claro, de sua sobrevivência. Mais uma vez, seguimos o curso da Constituição de 88 no rumo de uma sociedade mais justa e soberana.
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Após Trump, política externa pauta debate presidencial - Por Joelmir Tavares / Valor Econômico - Para o professor de filosofia Marcos Nobre, papel global do Brasil e ameaça à democracia serão temas inevitáveis na corrida eleitoral
A ofensiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o Brasil e o papel a ser assumido pelo país diante da tentativa de reconfiguração global tornarão inevitável que a política externa seja debatida na eleição presidencial de 2026, afirma Marcos Nobre, professor titular de filosofia política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e diretor do Centro para Imaginação Crítica, sediado no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).
Nobre vê Jair Bolsonaro pressionado a capitular e ungir como sucessor o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), considerado pelo analista o nome mais competitivo contra Luiz Inácio Lula da Silva. Mas projeta um cenário em que a vaga de vice na chapa seja destinada a alguém da família Bolsonaro, como esforço para garantir um salvo-conduto para o ex-presidente, após o julgamento por tentativa de golpe.
Autor de livros como “Limites da Democracia” (2022), o professor diz que o Brasil sofre de uma permanente ameaça golpista e que nem a eventual prisão do ex-presidente e de outros militares encerraria a necessidade de alerta. “Achar que a democracia está estabelecida é o tipo de ilusão que não deveríamos ter”, afirma.
EDITORIAL
EDITORIAL - FM Torres – OPINIÕES = www.culturalfm.com
Crianças, Adolescentes e Idosos: Urgências e Ressurgências
A Câmara dos Deputados, extremamente desgastada junto à opinião pública depois do motim a bordo praticado pelos bolsonaristas, impedindo pela força o reinício dos trabalhos legislativos no início do mês, ontem disse a que veio: Aprovou Projeto de Lei, 2628/2022, oriundo do Senado, oferecendo garantias às nossas crianças nas Redes Sociais, já denominado ECA DITGITAL. Principal objetivo é proteger crianças e adolescentes no uso de redes sociais após denúncias de aliciamento. As plataformas digitais que não cumprirem as regras poderão enfrentar sanções, com arrecadação destinada ao Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente.
Precisou, na verdade, uma mobilização ímpar da sociedade que afluiu maciçamente ao vídeo do influenciador Felca, no qual denunciou a exposição de jovens por outro influenciador, Heraclyto Santos, já preso em São Paulo: 40 milhões de cliques...Bem disse , certa vez, o experiente José Sarney: - “Quando esta Casa (Congresso) quando cercada pelo povo, aprova o que é do seu interesse”. Aliás, as correntes políticas presentes no Congresso deviam dar mais atenção às ruas, ouvindo-as, do que se engalfinharem dentro daquelas duas Casas, em torno de interesses menores e filigranas ideológicas.
Vá o feito. Eis o resultado de ontem :
“Faixa etária
As empresas fornecedoras desses produtos e serviços de tecnologia da informação também deverão:
gerenciar riscos quanto aos impactos das aplicações para a segurança e a saúde de crianças e adolescentes;
- avaliar o conteúdo disponibilizado para crianças e adolescentes de acordo com a faixa etária; e
- oferecer sistemas e processos destinados a impedir que crianças e adolescentes encontrem conteúdo ilegal, nocivo ou danoso e em desacordo com sua classificação etária.
Notificação a autoridades
O Projeto de Lei 2628/22 determina aos fornecedores de produtos ou serviços de tecnologia da informação que comuniquem a autoridades nacionais e internacionais competentes, na forma de regulamento, conteúdos aparentemente relacionados a crimes de exploração sexual, abuso sexual infantil, sequestro e aliciamento detectados em seus produtos ou serviços, direta ou indiretamente.
As empresas deverão reter por seis meses os seguintes dados relacionados ao conteúdo denunciado:
conteúdo gerado, carregado ou compartilhado por qualquer usuário mencionado no relatório ou metadados relacionados ao referido conteúdo; e
dados do usuário responsável pelo conteúdo ou metadados a ele relacionados.
Para todos os provedores de aplicações de internet que possuírem mais de 1 milhão de usuários crianças e adolescentes registrados, com conexão de internet em território nacional, o projeto exige a elaboração de relatórios semestrais em língua portuguesa, contendo:
- os canais disponíveis para recebimento de denúncias e os sistemas e processos de apuração;
- a quantidade de denúncias recebidas;
- a quantidade de moderação de conteúdo ou de contas, por tipo;
- as medidas adotadas para identificar contas infantis em redes sociais e atos ilícitos;
- os aprimoramentos técnicos para a proteção de dados pessoais e privacidade das crianças e adolescentes; e
- os aprimoramentos técnicos para aferir consentimento parental.
Pesquisas
Os provedores de aplicações de internet deverão viabilizar, gratuitamente, o acesso a dados necessários à realização de pesquisas sobre os impactos de seus produtos e serviços nos direitos de crianças e adolescentes.
Esse acesso poderá ser por parte de instituições acadêmicas, científicas, tecnológicas, de inovação ou jornalísticas, conforme critérios e requisitos definidos em regulamento.
Sem monetização
O PL sobre proteção de crianças e adolescentes em ambientes digitais (PL 2628/22) proíbe os provedores de aplicações de internet de monetizar ou impulsionar conteúdos que retratem crianças e adolescentes de forma erotizada ou sexualmente sugestiva ou em contexto próprio do universo sexual adulto.
A fim de atender ao princípio da proteção integral, o texto prevê que esses fornecedores deverão permitir aos usuários acesso a mecanismos de notificação sobre conteúdo que viole direitos de crianças e adolescentes, exceto conteúdos jornalísticos e submetidos a controle editorial.
Assim que forem comunicados do caráter ofensivo de uma publicação, independentemente de ordem judicial, os provedores deverão retirar o conteúdo que viole esses direitos.
No entanto, a notificação poderá ser apresentada apenas pela vítima, por seus representantes, pelo Ministério Público ou por entidades representativas de defesa dos direitos de crianças e adolescentes.
Segundo o projeto, os conteúdos considerados prejudiciais a crianças e adolescentes são:
- exploração e abuso sexual;
- violência física, intimidação sistemática (bullying) virtual e assédio a crianças e adolescentes;
- indução ou instigação, por meio de instruções e orientações, a práticas ou comportamentos que levem a danos à saúde física ou mental, tais como violência física ou assédio psicológico a outras crianças e adolescentes, uso de substâncias que causem dependência química ou psicológica, autodiagnóstico e automedicação, automutilação e suicídio;
- promoção e comercialização de jogos de azar (incluídas bets e loterias), produtos de tabaco, bebidas alcoólicas, narcóticos ou produtos de comercialização proibida para crianças e adolescentes;
- práticas publicitárias predatórias, injustas ou enganosas, ou que possam causar outros danos a crianças e adolescentes;
- conteúdo pornográfico.
Contestação de retirada
A notificação deverá conter elementos suficientes para permitir a identificação específica do autor e do material apontado como violador desses direitos, proibida a denúncia anônima. Para fazer a denúncia, o público deverá ter acesso fácil ao mecanismo de encaminhamento dessa notificação.
No entanto, o relator do projeto, deputado Jadyel Alencar (Republicanos-PI), incluiu no texto procedimentos para a contestação da decisão de retirada de conteúdo. Dessa forma, quem postou o conteúdo deverá ser notificado da retirada, com dados sobre o motivo e fundamentação, e informação sobre possibilidade de recurso segundo prazos definidos.
Uso abusivo
Outra novidade sobre as notificações é que os provedores de aplicativos deverão criar mecanismos para identificar o uso abusivo do instrumento de denúncia, informando ao usuário sobre quais hipóteses será considerado uso indevido e sanções aplicáveis. Os provedores deverão definir critérios técnicos e objetivos de identificação desse abuso, informar o usuário sobre a instauração de procedimento de apuração de abuso de notificação e possíveis sanções, com prazos para recurso e resposta a esse recurso.
Entre as sanções previstas, aplicáveis de forma proporcional e necessária segundo a gravidade da conduta, a suspensão temporária da conta, o seu cancelamento em casos de reincidência ou abuso grave e a comunicação às autoridades competentes se houver indícios de infração penal ou violação de direitos.
Pais e responsáveis
Apesar de a obrigação de retirar o conteúdo recair sobre os fornecedores dos aplicativos, o PL 2628/22 deixa claro que isso não exime os pais e responsáveis de atuarem para impedir a exposição de crianças e adolescentes a essas situações, assim como qualquer um que se beneficiar financeiramente da produção ou distribuição pública de qualquer representação visual desse público.
Conteúdo impróprio
Os fornecedores de produtos e serviços de tecnologia da informação que disponibilizarem conteúdo, produto ou serviço impróprios, inadequados ou proibidos para menores de 18 anos deverão adotar medidas eficazes para impedir o acesso por crianças e adolescentes no âmbito de seus serviços e produtos.
Entre esses conteúdos estão material pornográfico e outros que sejam vedados pela legislação, assim como os classificados como não recomendados para a faixa etária correspondente. Para isso, deverão adotar mecanismos confiáveis de verificação de idade de cada usuário, vedada a autodeclaração. Somente para conteúdo pornográfico é que o provedor deverá impedir a criação de contas ou perfis por crianças e adolescentes.
Controle parental
Para viabilizar o controle parental do acesso aos aplicativos por parte de crianças e adolescentes, os fornecedores deverão tornar disponível configurações e ferramentas acessíveis e fáceis de usar que apoiem a supervisão parental. Outras ferramentas deverão permitir a limitação do tempo de uso do produto ou serviço e uma funcionalidade deve avisar claramente quando as ferramentas de controle parental estiverem em vigor e quais configurações ou controles foram aplicados.
Em todo caso, a configuração padrão das ferramentas de controle parental deve adotar o maior nível de proteção disponível, assegurando, no mínimo:
- restrição à comunicação com crianças e adolescentes por usuários não autorizados;
- limitação de recursos para aumentar, sustentar ou estender artificialmente o uso do produto ou serviço pela criança ou adolescente, como reprodução automática de mídia, recompensas pelo tempo de uso, notificações e outros recursos que possam resultar em uso - compulsivo do produto ou serviço;
- emprego de interfaces para imediata visualização e limitação do tempo de uso do produto ou serviço;
- controle de sistemas de recomendação personalizados, inclusive com opção de desativá-los;
- restringir o compartilhamento da geolocalização e fornecer aviso sobre seu rastreamento;
- promover educação digital midiática quanto ao uso seguro de produtos e serviços de tecnologia da informação; e
- revisão regular de ferramentas de inteligência artificial com participação de especialistas com base em critérios técnicos para assegurar a segurança de uso por crianças e adolescentes.
Informações
Os fornecedores desses produtos e serviços deverão ainda tornar disponível a pais e responsáveis, com acesso independente da compra do produto, informações sobre os riscos e as medidas de segurança adotadas para crianças e adolescentes, incluindo a privacidade e a proteção de dados.”
(Entenda os principais pontos do projeto de lei sobre proteção de crianças no ambiente digital – Noticias R7)
Mas se crianças e adolescentes se encontram agora protegidos, seja pelo ECA, seja pelo ECA DIGITAL, o mesmo não se pode dizer dos idosos, preocupação maior tendo em vista o envelhecimento rápido da nossa população e que dentro de vinte anos será maioria da população. Já existe o Estatuto do Idoso e estão criados em todos os municípios Conselhos Municipais do Idoso. Estes, porém, não têm, nem estrutura de intervenção para cuidados com os idosos, como carecem do respaldo da Constituição para projetarem um instrumento semelhante aos Conselhos Tutelares.
Veja-se o que diz a CF :
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
Neste Artigo não estão incluídos os idosos, o que talvez se explique por uma concepção produtivista do desenvolvimento, ainda vigente quando da promulgação da Constituição em 1988. Conferia-se, então, à juventude o papel da construção do futuro, além, claro, da sua proteção em decorrência de sua evidente fragilidade. Os anos 90, entretanto, sobretudo depois da ECO-92, substitui este conceito produtivista pelo de sustentabilidade, vinculando-o a três exigências fundamentais: economicidade tecnológica, redistribuição dos benefícios e garantia de recursos naturais às próximas gerações. Nesse novo desenho, a proteção aos idosos é fator indispensável da garantia de justiça social. Afinal, foram eles que contribuíram com seus trabalho para as etapas anteriores do desenvolvimento. Assim sendo, há que incluir também os idosos neste Artigo, que deverá ser submetido a PEC de forma a ter a seguinte redação:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, aos idosos, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015).E
Tal modificação, afetará decisivamente o ESTATUDO DO IDOSO, assim disposto:
O Estatuto do Idoso, lei 10741/2003, prevê o seguinte:
Art. 2º A pessoa idosa goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022);
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar à pessoa idosa, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
O estatuto do Idoso não prevê a organização dos conselhos como órgãos que atuem na proteção e garantia dos direitos dos idosos, pois restringem-se apenas à fiscalização e execução de políticas públicas, o que fragiliza à proteção , pois os idosos não possuem o acesso a equipamentos que os auxiliem na garantia de seus direitos. No que se refere à violação de direitos ainda esbarram na dificuldade de acessar a polícia civil, que, em geral, não estão preparados para registrar uma ocorrência ou até mesmo realizar uma investigação nas delegacias circunscricionais. Ademais, a garantia de direitos dos idosos não pode estar limitada a uma política de segurança pública e/ou a política de assistência social.
Veja-se que este ESTATUTO DO IDOSO não prevê a organização dos conselhos como órgãos que atuem na proteção e garantia dos direitos dos idosos, pois restringem-se apenas à fiscalização e execução de políticas públicas, o que fragiliza à proteção , vez que não possuem o acesso a equipamentos que os auxiliem na garantia de seus direitos. No que se refere à violação de direitos ainda esbarram na dificuldade de acessar a polícia civil, que, em geral, não está preparado para registrar ocorrências ou até mesmo realizar uma investigações nas delegacias circunscricionais.
De resto, enfim, a garantia de direitos dos idosos não pode estar limitada a uma política de segurança pública e/ou a política de assistência social.
Urge, portanto, discutir a situação do idoso e sua proteção pelo Estado nos dias atuais, quando todas as formas de violência, sobretudo nas camadas mais pobres da população, o acuam e assediam. Lembremo-nos do COVID. Vitimou principalmente os idosos e pouco ou nada puderam fazer em seu socorro os Conselho Municipais do Idoso.
O primeiro passo deve ser a aprovação de uma PEC incluindo os idosos como sujeitos de direitos sociais no Art. 6º, da Constituição. Isso posto, trata-se de providenciar a criação de um CONSELHOS MUNICIPAIS DE PROTEÇÃO E GARANTIAS DO IDOSO, à semelhança dos Conselho Tutelares da Criança e do Adolescente, entregando aos Conselhos Municipais um instrumento ágil de ação.
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EDITORIAL - FM Torres – www.culturalfm.com
O CADUCEU: DE ESCULÁPIO A MERCÚRIO
Em 2025-04-28 10:41, Franklin Cunha
O Caduceu, na antiga Grécia, estava na não de Hermes e simbolizava os mensageiros e os embaixadores. Esculápio, na tradição greco-romana, era o Deus da Medicina e também trazia o Caduceu como símbolo. Na Roma antiga Hermes passou a ser Mercúrio, o Deus do Comércio e, hoje, o símbolo semelhante ao da medicina é visto no frontispício das Associações Comerciais de todo o mundo.
Não é de estranhar, portanto, o fato de que na agenda da Organização Mundial do Comércio (OMC), apresentada na conturbada
reunião de Seatle (1999), tinha como destaque a privatização total da assistência à saúde, da educação e dos benefícios sociais ('The Lancet', november 27, 1999)
Esse atual enfoque prioritário da OMC reflete a crescente importância do setor de serviços no comércio mundial,
principalmente com o proporcional declínio irreversível dos lucros na agricultura, na indústria e no comércio em relação ao setor
financeiro.
De acordo com a própria OMC, o setor de serviços, do qual a assistência médica faz parte, participa e contribui com dois terços
da economia da União Europeia e da metade de suas exportações para o resto do mundo. Nos Estados Unidos o quadro é semelhante. Os
serviços já são um quarto das exportações e contribuíram, nos últimos cinco anos, com um terço do crescimento da economia americana.
Os conglomerados financeiros transnacionais, os bancos e certos capitais de malcheirosas procedências estão apostando no sucesso
econômico da prestação de serviços públicos e todos se engalfinham numa cruenta competição para abocanhar a parcela
considerável das verbas que do Primeiro ao Terceiro Mundo flui dos contribuintes para os cofres estatais.
Uma importante entidade americana prestadora de serviços informa que 'estamos progredindo nas negociações propiciadoras de oportunidades
para os negócios nos mercados de assistência à saúde em outros países' ('ibid'). A delegação americana em Seatle disse mais: 'Os
Estados Unidos são de opinião que existem oportunidades para negócios comerciais dentro de todo o espectro da prestação de
serviços médicos e sociais, incluindo hospitais, serviços externos,
clínicas e assistência médica domiciliar' ('ibid').
Albergadas no cavalo de Troia da OMC, estão as multinacionais da indústria farmacêutica e as tais de medicinas de grupo pré-pagas.
Mas a expansão dessas empresas depende da abertura dos mercados nos serviços tradicionalmente prestados pelo estado. Para isso a OMC e o Banco Mundial adotaram políticas asseguradoras desse gigantesco pulo e gato comercial. E, como canta a Zizi Possi:
> 'Lá do alto do telhado
> Pula quem quisé
> Mas só o gato que é gaiato
> É que cai de pé'.
E os governos do Terceiro Mundo, inermes e ineptos para resistir, ainda afofam o terreno para o pulo dos grandes e bulímicos gatos das
finanças transnacionais. Sabe-se que estão sendo realizadas reformas nas instituições do estado, no sentido de permitir a captação dos
fundos dos serviços públicos governamentais por empresas privadas, embora tais reformas sejam apresentadas ao contrário, isto é, as
empresas é que, 'compungidas e magnânimas', auxiliariam e desobrigariam os governos de pesados encargos sociais.
Em toda a América Latina, hospitais e os serviços ligados à saúde da população como o SUS estão sendo ameaçados pela competição de
provedores comerciais que objetivam prioritariamente o lucro. E o "managed care' faz parte dessa visão empresarial da assistência médica.
Afinal, o Caduceu - nestes chaplinianos tempos modernos - parece até situar-se melhor nas mãos de Mercúrio do que nas de Esculápio.
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